Esta palmeira gigante
Que se eleva sobre o monte!
Como seus galhos frondosos
S'elevam tão majestosos
Quase a tocar no horizonte!
Ó palmeira,eu te saúdo,
O tronco valente e mudo,
Da natureza de expressão!
Aqui te venho ofertar
Triste canto,que soltar
Vai meu triste coração.
Sim,bem triste,que pendida
Tenho a fronte amortecida,
Do pesar acabrunhada!
Sofro os rigores da sorte,Das desgraças a mais foret
Nesta vida amargurada!
Como ao brilho purpurino
Do crepusc'lo matutino
Da manhã o doce albor;
També amei com loucura
Ess'alma toda ternura,
Dei-lhe todo o meu amor!
Amei!...mas negra traição
Perverteu o coração
Dessa imagem da candura!
Sofri então dor cruel,
Sorvi da desgraça o fel,
Sorvi tragos d'amargura!
..........................................
Adeus,palmeira! ao cantor
Guarda o segredo de amor;
Sim,cala os segrdos meus!
Não reveles o meu canto,
Esconde em ti o meu pranto,
Adeus ó palmeira!...adeus!
MACHADO DE ASSIS. (poemas).
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